Labor de sondar [1977-2022]
(setembro 2022)
Sobre o livro
Labor de sondar [1977-2022] reúne pela primeira vez toda a obra poética de Lu Menezes, uma das maiores poetas em atividade no país. Estão presentes os três livros publicados pela autora, O amor é tão esguio (1979), —Abre-te, rosebud! (1996) e Onde o céu descasca (2011); as duas plaquetes: Gabinete de curiosidades (2016) e Querida holandesa de Vermeer (2020); além de um novo conjunto, de título homônimo ao do volume, Labor de sondar, que traz poemas inéditos e outros publicados esparsamente em revistas a partir de 1977.
Entre o texto mais antigo deste livro e o mais novo, contam-se 45 anos do trabalho poético de Lu Menezes. Ao longo desse tempo, seus poemas têm indagado, investigado, sondado formas de percepção e, nesta trajetória, parecem ter inventado um novo instrumento para vermos, ouvirmos e habitarmos o mundo. Como diz a autora num de seus versos, saltamos “de dentro pra dentro da vida”.
O poeta e tradutor João Moura Jr. escreve na orelha do livro: “Basta que leitor ou leitora abram este volume em qualquer página para constatarem que estão diante de uma das vozes mais relevantes e originais da poesia brasileira contemporânea.”
A presente edição conta ainda com um posfácio de Flora Süssekind.
Este livro é parte da caixa de setembro 2022
- título Labor de sondar [1977-2022]
- autor Lu Menezes
Trecho
Lugar
Abarrotado de azul (do alto, único,
eletro-esférico-onírico) este lugar
que algo extraordinariamente distante
chamado estrela chamada sol
afeta constante e intimamente
— se “fato puro e conto de fadas”
ou fato impuro e conto sem fadas;
se féerie de contos de fatos,
com incontáveis contos
de incontáveis fatos;
se tanto fez e tanto faz,
decida ou não, o nobre freguês.