Caixa de maio

maio 2025

Tem muito amor na caixa de maio do Círculo de Poemas! Os assinantes recebem Noite devorada, de Mar Becker, um livro de poemas de amor — e isso significa que, aqui, as palavras amam e fazem o amor falar, movendo-se pelas frestas e anunciando que “também a delicadeza devora”. Com sua voz única, reconhecida no Brasil (finalista do prêmio Jabuti) e em Portugal (em que foi editada pela prestigiosa Assírio & Alvim), a poeta conquistou leitores que não hesitam em acompanhá-la pelos recantos que apenas seus “pulsos finos” sabem tocar sem destruir — mas, se preciso, sabem também destruir. Ao convocá-los, agora, para “amar como a estrada ama os que se perdem”, prova que é possível encontrar o amor no espaço (in)finito de um livro. Também vai na caixinha a plaquete Muchacho e outros poemas, em que Rodrigo Lobo Damasceno, poeta finalista do prêmio Oceanos e semifinalista do Jabuti em 2024, vara as madrugadas de São Paulo como um lobisomem de “coração aberto e proletário”, lírico e maníaco-depressivo, em bares sempre prontos para acolher seu amor rouco. É tarde demais nos seus versos, mas o poeta não se dobra até que amor e vida sejam uma única palavra: “passa de duas, você deve estar na cama/ e eu tenho medo de terminar o poema./ mas vou viver até as últimas e mais graves consequências”.

Livro de maio

Voz inconfundível na poesia contemporânea brasileira, Mar Becker abre agora as portas do seu universo particularíssimo para falar de amor. Ou melhor: para amar, palavra por palavra, e fazer o amor falar. Em Noite devorada, a poeta gaúcha dispõe os versos como se mostrasse, pouco a pouco, os movimentos dos corpos que se amam: “o amor fez frágeis demais minhas/ palavras// e eu agora temo feri-las de morte sussurrando-as”.

Mas corpo, aqui, é tudo de que somos feitos, incluindo medos e saudades, desejos e equívocos. Se é justamente pelas frestas que o amor se move, todo cuidado é pouco para atravessar no livro essas noites longas, noites de abrigo e de insônia, com suas “horas devastadoras” em que “também a delicadeza devora, a seu modo”.

Em seus versos, tudo parece muito claro, cada poro está exposto e vibrante, mas também recai uma sombra densa sobre o que é dito, porque a poeta, mesmo lidando com o vocabulário que seus colegas de ofício tanto já frequentaram, sabe fazer sua voz surgir vestida apenas de “palavras que resistem à pele última da legibilidade”.

No percurso entre sua estreia em 2020, com A mulher submersa (finalista do prêmio Jabuti) e cova profunda é a boca das mulheres estranhas (publicado em 2024 pelo Círculo de Poemas), passando por Sal e Canção derruída (edição portuguesa de sua poesia pela prestigiosa Assírio & Alvim), Becker conquistou leitoras e leitores que não hesitam em acompanhá-la pelos recantos que apenas seus “pulsos finos” sabem tocar sem destruir — mas, se preciso, sabem também destruir. Ao convocá-los, agora, para “amar como a estrada ama os que se perdem”, Noite devorada prova que é possível encontrar o amor no espaço (in)finito de um livro.

Plaquete de maio

Nos versos poderosos de Muchacho e outros poemas, o poeta baiano Rodrigo Lobo Damasceno, finalista do prêmio Oceanos e semifinalista do Jabuti em 2024, vara as madrugadas de São Paulo como um lobisomem de “coração aberto e proletário”, lírico e maníaco-depressivo, em bares sempre prontos para acolher seu amor rouco: “tristíssimo/ palhaço/ designado para as carícias e os suplícios/ para o martírio e o exagero/ para os vícios, os discos/ e para o festim dos sentidos”.

As páginas estão repletas de uma paixão violenta pela vida, pela poesia, pela liberdade, que se expressa em versos longos, a um só tempo sinuosos e incisivos, sensíveis e críticos, prontos para serem lançados no ar em voz alta — como um uivo, afinal. Saltando sem escalas de noite em noite, de bar em bar, de coração em coração, o poeta sabe que “amar em meio aos salários baixos,/ o crime organizado e a vanguarda tardia não é fácil”, mas não recua. Seus passos se confundem com os ruídos e perfumes do centro de uma cidade imensa e triste que, por onde passam, revelam a persistência dos amantes sob os ataques de um tempo em que parece não ser mais possível dar corpo ao desejo.

Os leitores que já frequentaram o universo dos livros Casa do Norte (2020) e Limalha (2023) vão reconhecer nesses poemas de amor a exuberância lírica e política que colocou o autor entre os destaques da nova geração. Quem ainda não seguiu essa “incógnita astrológica”, um “animal de Adidas, fazedor de versos”, vai descobrir que em seus poemas é sempre tarde, mas ele não se dobra até que amor e vida sejam uma única palavra: “passa de duas, você deve estar na cama/ e eu tenho medo de terminar o poema./ mas vou viver até as últimas e mais graves consequências”.

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