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Caixa janeiro 2022


Sobre a caixa

A caixa de janeiro inclui o livro do mês, Dia garimpo, de Julieta Barbara, publicado originalmente em 1939 e nunca mais reeditado. Livro com força singular, que trabalha com questões modernistas, mas já criticamente redimensionadas. E também a plaquete exclusiva Macala, de Luciany Aparecida, diálogo com a fotografia “Mulher negra da Bahia”, de Marc Ferrez.

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Publicado originalmente em 1939, Dia garimpo, de Julieta Barbara, é um dos poucos livros da fatura modernista de autoria feminina e ficou esquecido por mais de oitenta anos. Esta nova edição da obra realiza um resgate necessário de uma autora do século XX que pode nos ajudar a ler as questões dos dias atuais. Nascida em 1908, Julieta Barbara foi uma escritora de seu tempo, em sintonia com as mudanças culturais de sua época.

Sensível a alguns princípios modernistas, como a pesquisa de temas, mitos e referências da cultura brasileira, o livro parece depurar a pesquisa estética de seu tempo, trabalhando com uma linguagem coloquial, com registros orais, evocando personagens e manifestações religiosas variadas e acenando para outras artes, como a música, a dança e as artes visuais. Raul Bopp escreve, no prefácio da edição, que há, por detrás dos versos de Julieta, “uma porção de coisas que a gente não sabe, um desejo de reunir distâncias […] e uma mistura de vozes acordando sangues continentais.”

Além de reproduzir o material que constava na primeira publicação – ilustrações da própria Julieta Barbara, uma carta-prefácio do poeta Raul Bopp e um retrato da autora por Flávio de Carvalho –, esta nova edição traz também dez poemas inéditos de Julieta, um posfácio de Mariano Marovatto e orelha de Veronica Stigger.

Macala, de Luciany Aparecida, é um poema em série dividido em 11 partes que estabelece um diálogo com a clássica fotografia “Mulher negra da Bahia”, de 1885, de Marc Ferrez. A imagem é um retrato forte que traz muitos elementos para se pensar o histórico e a estética da joalheria e indumentária de origem africana, sobretudo no final do século XIX, no Brasil. A baiana da foto aparece em outros registros da época e tem um olhar potente, firme e enigmático.

Percorrendo esses elementos, o poema de Luciany Aparecida nos leva a ver, não aquilo que está visível no retrato, mas o que está escondido, submerso. O que a mulher da imagem traz dentro do punho cerrado (este gesto de resistência)?, é a pergunta que o poema parece colocar. “Macala”, carvão em brasa, passado de mão em mão, que resiste ao tempo.

A plaquete faz parte de uma coleção de poemas em diálogo com imagens anteriores ao século XX.

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