Plaquete

Macala
(janeiro 2022)

Capa da plaquete Macala
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Sobre a plaquete

Macala, de Luciany Aparecida, é um poema em série dividido em 11 partes que estabelece um diálogo com a clássica fotografia “Mulher negra da Bahia”, de 1885, de Marc Ferrez. A imagem é um retrato forte que traz muitos elementos para se pensar o histórico e a estética da joalheria e indumentária de origem africana, sobretudo no final do século XIX, no Brasil. A baiana da foto aparece em outros registros da época e tem um olhar potente, firme e enigmático.

Percorrendo esses elementos, o poema de Luciany Aparecida nos leva a ver, não aquilo que está visível no retrato, mas o que está escondido, submerso. O que a mulher da imagem traz dentro do punho cerrado (este gesto de resistência)?, é a pergunta que o poema parece colocar. “Macala”, carvão em brasa, passado de mão em mão, que resiste ao tempo.

A plaquete faz parte de uma coleção de poemas em diálogo com imagens anteriores ao século XX.



Esta plaquete é parte da caixa de janeiro 2022
  • título Macala
  • autor Luciany Aparecida
  • Capa Alles Blau
  • Páginas 24
  • Data da publicação 01/01/2022

Trecho

Ouvir poema

IX

 

No dia do meu nascimento

sou feliz
vejo a luz plana sobre o Índico,

ouço o choro de minha mãe.

Dondera d’Amores

segura meu corpo alegre e estende
meu sorriso aos braços de minha mãe,
aquelas águas amparam meu começo
aconchegam com cuidado minha força-e-fragilidade

em seu colo negro
somos Macala
d’Amores cobre minha mãe
protegendo a fonte
e nós três ficamos ali
naquele solar de mulheres
brilhando sobre a luz plana do Oriente
ao som calmo daquele mar que perfuma
nossas vidas
(silêncio)
a morte chega à porta
e arrasta d’Amores e eu para a travessia
mãe, adeus
eu poderia ter dito se falasse,
mas ainda não sabia soltar Macala
e ai como dói

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