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Caixa – Março 2024


Sobre a caixa

A caixa do mês inclui o livro Poema do desaparecimento, de Laura Liuzzi, novo livro de uma das principais vozes da poesia contemporânea brasileira e um precioso encontro entre o fazer poético e o pensamento filosófico. Além do livro, também vai na caixinha a plaquete A superfície dos dias: o poema como modo de perceber, de Luiza Leite, com um ensaio no qual a poeta e pesquisadora se debruça sobre as diversas formas de se perceber e traduzir o cotidiano por meio da poesia.

Produtos da caixa

Autor

Laura Liuzzi

“Todo poema/ declara o nosso desaparecimento” — é em torno dessa sentença que Laura Liuzzi, uma das principais vozes de sua geração, constrói seu novo livro. Nele, toda existência — sejam maçãs, estrelas, sonhos, versos ou pessoas — só pode ser plena no exato ponto em que abandona a relação racional que nossa consciência tenta estabelecer com tudo à volta: perto e distante, no tempo e no espaço, dentro ou fora de nós. Com isso, Liuzzi se afasta da escrita autobiográfica que vigora em nossos dias e promove um precioso encontro entre a poesia e o pensamento filosófico.

Poema do desaparecimento, como o título indica, é constituído por um longo poema em que cada parte (ou cena, porque aqui também há muito de cinema nas voltas do pensamento e do olhar) é tecida com a matéria da outra. Mas não deixa de ser verdade que suas partes se oferecem como poemas independentes, em que a percepção do todo também desaparece. Aliás, à certa altura, a própria autora desaparece, e se incorpora ao poema a voz de outra poeta, a paulistana Julia de Souza.

Depois de mergulhar nesse todo deslumbrante em que desaparecer é a forma mais bonita de aparecer, em que tudo pode deixar de ser o que sabemos para se transformar em algo mais surpreendentemente vivo, não é mais possível olhar para o mundo da mesma maneira. Nas palavras de Leonardo Fróes, que assina o texto de orelha do livro, “Laura Liuzzi nos induz, num ritmo que envolve pela espontaneidade e com imagens despidas de qualquer artifício, a vislumbrar como na coesão do todo é que o mundo funciona num desabrochar de miragens, sem depender de explicações ou sentidos que queiramos atribuir aos fenômenos”.

Autor

Luiza Leite

Os melhores ensaios sobre poesia são aqueles que se deixam contaminar pelos versos que comentam, até se tornarem verdadeiros poemas ou quase — e é exatamente isso que os leitores vão encontrar em A superfície dos dias, um ensaio tão poético quanto os textos que o inspiram.

O ensaio de Luiza Leite nos conduz a um passeio pela poesia que está ao redor, nos objetos corriqueiros e nas situações mais simples do cotidiano, dialogando com poemas que, de diferentes maneiras, deslocam a atenção para o que está bem perto dos nossos sentidos e, num clique, revelam bem mais do que sua aparência trivial entrega.

Desconfiado de tudo que é grandioso, barulhento, reluzente, o gesto poético iluminado por Luiza Leite vai no sentido contrário, identificando, na leitura aguda e afetuosa de poetas de diferentes épocas, como William Carlos Williams, Cecilia Pavón, e Laura Liuzzi, as lições escondidas nessa poesia atenta ao que é mínimo, silencioso, discreto, quando, nas palavras da autora, “em vez de produzir um conhecimento abstrato que se pretende universal, o poeta repara na especificidade do que acontece em volta. Enquanto escreve, percebe tudo o que acontece, o vento, um fruto maduro, a luz demorando-se sobre as coisas”.

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