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Caixa Julho 2023


Sobre a caixa

A caixa de julho inclui Tradução da estrada, da poeta e tradutora argentina Laura Wittner, livro que busca nomear a “estrada”, o dia a dia, as coisas simples do cotidiano, os alumbramentos. Além do livro, há a plaquete De uma a outra ilha, de Ana Martins Marques, que sobrepõe a mítica ilha grega de Lesbos dos poemas de Safo à ilha de Lesbos dos dias atuais, lugar de passagem dos imigrantes que tentam chegar à Europa.

Produtos da caixa

Tradução da estrada é o primeiro livro da argentina Laura Wittner publicado no Brasil. Poeta e tradutora de mão cheia, Wittner combina suas duas atividades em versos que operam uma apurada reflexão sobre nossa forma de nomear o mundo a partir do cotidiano e dos afetos. Ao viver, pronunciamos as palavras, mas também somos pronunciados por elas.

 

Os poemas de Laura Wittner trazem um tempo singular que é, de certa forma, como o tempo da tradução: lento, reflexivo e que tem o encontro como horizonte. Como “traduzir” a estrada, os percursos, a própria vida? E como ver o doméstico, os gestos simples, o dia a dia com os filhos, as coisas que não percebemos habitualmente?

 

Ao citar o norte-americano William Carlos Williams, de quem se aproxima no gesto de tocar as palavras com precisão, Wittner coloca “as ideias nas coisas”, mas também transforma as coisas com as ideias, com os gestos, com o ritmo e andamento preciso e tocante do livro.

 

Luiza Leite, poeta e artista, escreve no texto de orelha que se trata do “livro de uma tradutora, como o título indica, mas o que reaparece é a tradução vagarosa da experiência sensível. Acompanhamos esse esforço paciente, em que tudo se expande num gesto imaginativo, enquanto Laura se desloca tocando a superfície dos dias.”

 

Se o horizonte de Tradução da estrada é o do encontro, que seus poemas possam tocar leitoras e leitores para que todos sigam juntos pela estrada, em busca do que mais importa.

De uma a outra ilha é um poema longo de Ana Martins Marques que fala da ilha grega de Lesbos. No passado, lar da grande poeta Safo, e, no presente, local de trânsito por onde imigrantes tentam entrar no continente europeu. A partir da lógica do fragmento, apreendida com o que restou da poesia de Safo, Ana Martins Marques compõe uma cartografia do presente ao combinar diversas temporalidades, corpos e registros discursivos.

Em posfácio, Guilherme Gontijo Flores chama atenção para “o cruzamento muito impactante da lírica continuamente íntima e metalinguística com o embate das políticas contemporâneas diante dos grandes blocos de refugiados que seguem atravessando o risco do mar e da terra”.

De uma a outra ilha faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de poemas. Nela, os escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. O poema de Ana Martins Marques vem acompanhado de imagens dos fragmentos de pergaminhos com trechos de poemas de Safo, formando um belo arquipélago textual.

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