A água veio do Sol, disse o breu
(julho 2024)
Sobre o livro
O mundo, quando visto por Marcelo Ariel, é uma fonte interminável de espanto. Quem acompanha a intensa e multifacetada obra de poeta, ensaísta e teatrólogo — na verdade, de pensador-escrevedor sem fronteiras — já sabe que todas as suas linhas são capazes de deslocar nosso olhar para abismos, à nossa volta e dentro de nós mesmos. As paisagens que já vimos, os livros que lemos, as palavras que usamos se transformam completamente quando embarcamos com o poeta em uma viagem livre pelos sentidos de tudo.
Em A água veio do Sol, disse o breu, Ariel convoca poetas e xamãs, mortos e feras, rios e céus, deuses e loucos. Seus poemas são sempre diálogos, ou melhor, começam como um diálogo entre o poeta e outras vozes que ele nos apresenta, mas, de repente, enquanto passamos de um verso a outro, ele desaparece e o diálogo se torna nosso, entre nós, leitores, e essas vozes que vêm de um mundo sem margens, em que pássaros voam dentro da mente, os mares têm ondas secretas e os espelhos cantam.
Nesse mundo, conversamos com Michael Jackson e Ailton Krenak, Óssip Mandelstam e Virginia Woolf, Cartola e Dona Ivone Lara, e não importam os escaninhos em que guardamos suas palavras, porque “é impossível empalhar o voo do pássaro”. O que importa é abrir os olhos, os ouvidos, a mente e o peito para que a vida cante aqui dentro.
Ariel é um guia, que rasga os mapas que trouxemos até a porta de seu livro e anuncia: venha aqui, perca-se, encontre-se. Na antessala de cada poema, ele nos mostra que não estamos enxergando bem e, ato contínuo, acende a luz.
Este livro é parte da caixa de julho 2024
- título A água veio do Sol, disse o breu
- autor Marcelo Ariel
- Formato 13,5 x 20
- ISBN 9786584574984
- Páginas 152
Trecho
O sorriso de Jalāl ad-Din Rūmī
[…]
Subir
pelo inferno
descer
pelo céu
atravessar
o túnel
dos dias
até que
as nuvens
que somos
desapareçam