Qual seu signo, ascendente e lua?

R: Sou de leão, com ascendente em touro e lua em capricórnio. E essa lua talvez seja o aspecto mais presente na plaquete O mapa do céu na terra, já que indica uma maneira de ver a figura materna como exigente, muito preocupada com carreira e vida profissional. Minha mãe está aqui do lado dizendo que ela não é tão assim. Mas é um pouquinho.

O melhor carnaval de todos os tempos:

R: O de 2005, quando foi criado o bloco “Se melhorar, afunda”, que saía de São Domingos, em Niterói, e ia até o centro do Rio, de barcas. Aliás, gosto da ideia presente no nome do bloco. Acho que aconteceu um pouco isso com o carnaval de rua do Rio. Melhorou, cresceu demais, e, por isso mesmo, ficou pior. Mas ainda assim é bom, principalmente pra quem é mais esperta do que eu.

Uma saudade insistente:

R: De não fazer nada. Essa é uma saudade que me acompanha há uns vinte anos, pelo menos desde o final da graduação, quando escrevi a monografia “A preguiça como resistência à expropriação capitalista do tempo”. 

Um filme para assistir sozinha:

R: As mil e uma noites, do Miguel Gomes. Me dá tantas ideias que eu fico parando o tempo todo para fazer anotações. Ninguém teria saco de ver comigo. Além disso, estamos falando, na verdade, de três filmes, ou de um filme dividido em três partes, o que dá mais de seis horas de duração.

Um poema para ler em Portugal:

R: O seguinte trecho de Ana Martins Marques, em “Como se fosse a casa”: 

“Ela comprou material de limpeza

e umas cervejas

e um whisky

ela nunca bebe whisky

e enquanto toma as cervejas

pensando que não basta se mudar

para mudar

ela pensa na mulher que ela seria

se morasse de fato ali

se aprendesse mesmo a beber

sem desmoronar dentro do próprio vestido

se adestrasse os olhos naquela paisagem

clara e áspera

e incorporasse ao seu corpo

os imensos barulhos da noite”