Se o mundo e o amor fossem jovens
(dezembro 2024)


Sobre o livro

Quatro décadas depois de lançado, o jogo dos irmãos ítalo-americanos Mario e Luigi, dois encanadores que enfrentam inimigos nos subterrâneos do Brooklyn, é uma presença vivíssima ao nosso redor. Nas telas e também em camisetas, meias e canecas, encontramos a figura simpática desses heróis com seus inconfundíveis bonés, macacões e bigodes, que agora saltam também dentro de um livro de poemas escrito por um jovem, nascido na Irlanda do Norte, que se destaca na poesia de língua inglesa atual.

Se o mundo e o amor fossem jovens, de Stephen Sexton, é um mergulho lírico no universo de Super Mario World, em que a memória detalhista da jornada do herói da Nintendo se enreda com a relação entre o poeta aos nove anos de idade e a mãe, quando ela vivia os seus últimos dias. A cada verso, as fases da vida e as fases do jogo se fundem e se iluminam. O mundo à volta é um jogo e vice-versa.

Atento a essas fusões, o escritor Ricardo Terto, que assina o texto de orelha da edição, lembra que “morre-se inúmeras vezes em jogos, e mais: morrer faz parte do percurso de aprendizado da jornada”. Em versos densos e medidos (uma sílaba para cada um dos 16 bits do sistema), magistralmente traduzidos por Ana Guadalupe, Sexton retoma essa lição aprendida enquanto apertava os botões do controle e encontra uma porta que leva do videogame ao jogo de vida e morte de que todos participamos sem outra chance.

No fundo, vibra a esperança de que os irmãos encanadores pudessem lutar também nos corredores do hospital e, mais ainda, contra os inimigos dentro do corpo da mãe, prolongando ao máximo a fase em que ela e toda a família estão vivos. A maior vitória, enfim, é da mais inesgotável matéria de poesia e de vida: o amor.



Este livro é parte da caixa de dezembro 2024
  • título Se o mundo e o amor fossem jovens
  • autor Stephen Sexton
  • Páginas 128
  • ISBN 978-65-6139-048-4
  • Formato 13,5 x 20 cm

Trecho

Yoshi’s Island 2

Pixels e bits e pixels e bits sempre perpendiculares:
um dos mundos em que vivo é tão raso quanto uma vidraça.
Essa janela cria uma moldura em volta do azevinho
cogumelos gosmentos num orvalho tóxico os rubis
dos frutos cantam nos galhos em que os pintarroxos se escondem
e as trepadeiras se enrolam nos troncos e galhos curvados
os abrunhos no abrunheiro e mais a samambaia cancerígena.
[…]

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