Rir até os ossos
(dezembro 2022)
Sobre a plaquete
Neste poema, Eduardo Jorge estabelece um diálogo com a tela A raia (1728), do pintor francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin. Na natureza-morta de Chardin, a raia se impõe com força: além do corte na barriga, ela traz um riso em seu rosto tão humano. A partir da imagem bastante alegórica, Eduardo Jorge se pergunta: o que haverá se, afinal, abrirem a nossa carne? Seria possível encontrar o riso da raia?
Esta plaquete é parte da caixa de dezembro 2022
- título Rir até os ossos
- autor Eduardo Jorge
- Capa Alles Blau
- Data de publicação 10/11/2022
Trecho
pois,
se um dia
me abrirem
o corpo
para buscar
aquilo de mais íntimo
que a carne
a sua possibilidade óssea e aérea,
aposto
que vão encontrar
o riso da raia com
um mimetismo pulmonar
pois
em felicidade acrobata
um rosto se sustenta
por equívoco,
o riso e, pois,