Rastros, de Prisca Agustoni
(julho 2022)
Sobre a plaquete
Neste poema em série, Prisca Agustoni dialoga com pinturas rupestres da Caverna das mãos (c. 7000-1300 a.C.), situadas num sítio arqueológico na Patagônia, Argentina. Trata-se de 829 silhuetas de mãos registradas na parede em diferentes épocas. Os versos de Rastros sugerem um retorno ao período neolítico em busca das anônimas vozes gravadas nas pedras, em busca do mundo visto por aquelas mãos, em busca da língua originária, atemporal, que nomeia as coisas pela primeira vez.
Esta plaquete é parte da caixa de julho 2022
- título Rastros, de Prisca Agustoni
- autor Prisca Agustoni
- Capa Alles Blau
- Páginas 16
- Publicação 1/7/2022
Trecho
o mundo é do tamanho da minha mão
aberta: evento interminável
a primeira língua
— antídoto contra a morte —
exilada de si
— eu fora dela 3a voz
o mundo nasce em minha língua
materna
e na dos outros,
mundos sobrepostos em camadas,
— nós todos fora deles exilados
dentro da caverna