Sobre a caixa
A caixa de setembro inclui Poesia reunida, de Donizete Galvão (1955-2014), autor que tem um dos percursos mais sólidos no panorama da poesia brasileira dos últimos anos.
Além do livro, a caixa acompanha a plaquete A ilha das afeições, da portuguesa Patrícia Lino, que canta e conta as viagens do amor entre duas mulheres.
Produtos da caixa
Autor
Donizete Galvão
Poesia reunida traz pela primeira vez juntos todos os nove livros de poemas de Donizete Galvão (1955-2014), autor com um dos percursos mais sólidos no panorama da poesia brasileira dos últimos anos. São eles: Azul navalha (1988), As faces do rio (1991), Do silêncio da pedra (1996), A carne e o tempo (1997), Ruminações (1999), Pelo corpo (2002), Mundo mudo (2003), O homem inacabado (2010) e O antipássaro [2002-2014], seu livro póstumo.
A poesia de Galvão forma um grande espaço de convívio. Lugar de encontro entre tempos que se chocam e se sobrepõem: a infância rural em Borda da Mata, sul de Minas, e o presente urbano em São Paulo. Ou ainda o encontro entre tantos artistas de linguagens diversas: entre a voz de Nina Simone e as janelas de Anish Kapoor.
Também estão presentes os amigos; e a presença deles vai além das dedicatórias dos poemas. Seus nomes tornam-se personagens que estão no centro da vida, isto é, no centro do tumulto e da alegria de existir.
Assim tal povoamento de épocas, linguagens e nomes funciona como ocasião para compor uma voz perplexa, que faz da hesitação e da humildade diante das coisas uma forma de busca. Buscar tanto o verso objetivo quanto uma presença mais generosa, ainda que melancólica, na turbulenta praça dos convívios.
Os poetas Paulo Ferraz e Tarso de Melo são os responsáveis pela organização desta obra poética. E sobre ela — um presente para o nosso tempo —, a crítica Viviana Bosi afirma na orelha: “O que permite a duração é uma qualidade ruminativa da atenção fincada no afeto denso pelas coisas e gentes miúdas”.
Autor
Patrícia Lino
Nesta série de poemas, a portuguesa Patrícia Lino desmonta o discurso épico para então ouvir dele não o discurso da guerra, mas sim o da paixão: paixão por inteiro, no feminino. Viajar é perder países, mas, no caso desta plaquete, também é ir em busca de um encontro transformador.
A ilha das afeições faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de Poemas. Nela, escritoras e escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. Na melhor tradição de Luiza Neto Jorge e de Adília Lopes, os poemas de Patrícia Lino transformam a camoniana ilha dos amores a partir de um ponto vermelho: ilha que, ao encontrar outras ilhas, se torna arquipélago, ou melhor, continente. O mapa, de autoria da poeta, também acompanha a edição.