Caixas

Caixa – Outubro 2023


Sobre a caixa

A caixa de outubro inclui o livro Ellis Island, de Georges Perec, traduzido por Vinícius Carneiro e Mathilde Moaty, poema longo que aporta a “ilha das lágrimas”, lugar que recebia os imigrantes nos Estados Unidos entre o final do século xix e começo do xx. Além do livro, a caixa acompanha a plaquete Sal de fruta, em que Bruna Beber caminha em prosa por um mapa de frutas.

Produtos da caixa

Entre 1892 e 1924, cerca de 16 milhões de imigrantes passaram por Ellis Island, ilhota situada a sudoeste de Manhattan, próxima da Estátua da Liberdade. O lugar ficou conhecido como “ilha das lágrimas” e durante décadas funcionou como porta de entrada para os que chegavam aos Estados Unidos, sobretudo europeus expulsos de sua terra natal pela miséria, intolerância política, racial ou religiosa.

No final dos anos 1970, Georges Perec visitou a ilha com o cineasta Robert Bober, a fim de registrar os vestígios de quem por ali passara e de realizar um filme sobre o porto, material que depois foi transformado neste livro.

Como descrever esse lugar? Como narrar a história de milhões de pessoas que fariam parte da formação daquele país? E como pensar na própria condição do autor como judeu e estrangeiro? São essas algumas das perguntas que atravessam Ellis Island, um dos últimos livros publicados por Perec.

Com tradução a quatro mãos por Vinícius Carneiro e Mathilde Moaty, a obra divide-se em duas partes: primeiro com a descrição de dados objetivos da inspeção que ocorria no porto e depois uma digressão sobre o lugar do autor dentro desse caminho da diáspora.

Como escreve Paulo Neves no texto de orelha, “Ellis Island não é um simples documento do passado. O que Perec reconhece é uma figura recorrente da história: a migração forçada dos povos (como o atesta o drama contemporâneo dos refugiados) na qual também ressoa a própria trajetória pessoal, marcada desde a infância pelo desaparecimento da mãe em Auschwitz e pelo fato de ser judeu (algo ligado ‘a um silêncio, uma interrogação’).”

Autor

Bruna Beber

Nesse mapa de frutas, Bruna Beber dedica um poema para cada fruta, como se caminhasse por uma feira ou pelos lugares da memória onde elas habitam. Com humor característico de sua poesia, a autora joga com os sons e lugares comuns, revisita as próprias histórias para compor os textos, todos em prosa, e aprender a lição de cada fruta. Nem tudo o que é barato sai caro, diz ela no poema dedicado à banana. Quem tem coroa e não é rei (nem o abacaxi)? É a rainha. A melancia tem duas caras. A laranja cola o cheiro nos dedos, o caju e o cajá, o caqui, a romã e a maçã.

Sal de fruta faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de Poemas. Nela, os escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. O poema de Bruna Beber elege essa cidade das frutas, que ganhou um mapa pelas mãos do artista Daniel Almeida. O mapa acompanha a edição.

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