Caixas

Caixa – Novembro 2023


Sobre a caixa

A caixa de novembro inclui o livro A costureira descuidada, da poeta e performer de Botsuana Tjawangwa Dema, traduzido por floresta, que busca pensar o lugar das mulheres e do corpo feminino em culturas patriarcais. Além do livro, a caixa traz a plaquete Arô Boboi!, de Miriam Alves, poema longo em que a autora evoca os orixás femininos: Yemanjá, Oxum, Yansan, Nanã, Obá.

Produtos da caixa

Livro de estreia tão aguardado da poeta e performer de Botsuana Tjawangwa Dema, A costureira descuidada traz como um dos eixos condutores a questão do trabalho: sejam os trabalhos feitos pelas mulheres (como a costura presente no título e em vários poemas), o trabalho da maternidade (concretizado nas muitas mães que aparecem ali), o trabalho do luto, o trabalho de nomear o corpo feminino em culturas patriarcais, ou o trabalho do pai (mineiro que se desloca para trabalhar na África do Sul), seja, ainda, o trabalho dos limpa-chaminés que ganham um poema-bênção nesta coletânea. Isso para não falar no trabalho artístico presente na construção de seus poemas, que envolve cenas da memória e hábitos da infância, citação de mitos e personagens bíblicos, recortes de jornal, diálogos com outros poetas, com filósofos e com a tradição literária.

Se o trabalho pode trazer uma dimensão árdua, por outro lado ele se mostra muitas vezes coletivo, trazendo mãos e vozes femininas que convivem, se deslocam, labutam e participam dos diversos rituais que compõem este livro: o casamento, o luto, as formas de cuidado, as tarefas e passagens da vida. E se existe esta dimensão dura na lida diária, a tentativa de dar voz e de criar uma subjetividade para o lugar feminino por meio das palavras resulta numa forma sóbria e terna de olhar para o mundo.

Como escreve Kwame Dawes no posfácio do livro, “A costureira descuidada é uma boa imagem para o trabalho a que Dema se propõe neste livro. Sua coletânea é repleta de vozes — particularmente de mulheres, e às vezes a voz em primeira pessoa poderia muito bem ser a da própria autora, ou de algum outro corpo que ela esteja ocupando.”

A tradução é de floresta e o texto de orelha de Luiza Romão.

Autor

Miriam Alves

A partir da lógica dos Orikis, forma poética de origem africana, a grande poeta Miriam Alves exalta os orixás femininos: Yemanjá, Oxum, Yansan, Nanã, Obá. É assim que seu longo poema invoca os quatro componentes — que formam a Terra e os domínios dessas yabás — e reconstrói, a partir da escrita, alguns elementos e conceitos fundamentais afro-brasileiros, transmitidos oralmente na religiosidade e no cotidiano, transformando-se em resistência cultural.

Arô Boboi! faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de Poemas. Nela, escritoras e escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. Ao saudar o orixá Oxumarê, Miriam Alves constrói versos cujo mapa se espelha nas linhas traçadas por Rosana Paulino, em sua série Búfala. A obra da artista mineira acompanha a edição.

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