Juventude eterna: a poesia do mito e o mito do poeta
(novembro 2025)

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Sobre a plaquete
Nas páginas de Juventude eterna, Eduardo Sterzi investiga os nexos entre poesia e mito. Para tanto, o ensaísta parte em busca de poetas que “mobiliza[ra]m a mitologia como algo mais do que um repertório”, porque a tomaram como visão de mundo ou mesmo como forma de vida. Interessa-lhe, em especial, o ponto em que se dá o “contágio entre poesia e mundo, entre poesia e vida”, colocando no centro de sua reflexão duas figuras fundamentais para entender os caminhos atuais do gênero no Brasil, Paulo Leminski e Torquato Neto, que desataram os limites da poesia e da vida.
São raros os autores que dominam, como Sterzi, a capacidade de transitar entre os temas clássicos e os mais absolutamente contemporâneos para investigar os sentidos da poesia, como alguém que se dedica à crítica “não perante os poetas, mas em meio aos poetas”, entre os quais, de fato, ele se destaca desde os anos 1990. Poeta-crítico, professor da Universidade Estadual de Campinas, em sua trajetória é possível vislumbrar a trama de ideias que é reelaborada em seu ensaio, porque ele dedicou estudos a Murilo Mendes e Dante Alighieri, à antropofagia e à poesia concreta, entre tantos outros autores e movimentos, sem jamais recuar ou desviar dos desafios que essas obras propõem.
Em Juventude eterna, seu percurso é guiado por uma pergunta que os poetas, cada um a seu modo, repetem através dos tempos — com palavras, mas também com os próprios passos tortos: em que medida os mitos explicam os mistérios da vida, da morte, da poesia? Nas mãos de um grande ensaísta, no entanto, sabemos que as perguntas às vezes encontram boas respostas, mas, nos melhores casos, voltam ainda mais vivas e inquietantes. É exatamente o que acontece nessas páginas.
Esta plaquete é parte da caixa de novembro 2025
- título Juventude eterna: a poesia do mito e o mito do poeta
- autor Eduardo Sterzi
- ISBN 9786561390989
- Páginas 40
- Formato 13,5 x 20 cm
Trecho
“[…] ‘juventude eterna’, podemos dizer, é também o que a própria poesia proporciona aos mitos, quando garante a sobrevivência dos personagens míticos e de seus feitos para além da primeira vida que lhes foi conferida pela imaginação comum dos povos e pelas vozes de narradores e cantores sem nome. Mas exatamente porque essa sobrevivência é uma forma de juventude, com tudo que essa ideia tem de vital, mas também de extremo (jovem é aquele que, já exilado da infância e por enquanto barrado na maturidade, testa, no seu próprio corpo, como que por compulsão biológica, os limites do tempo e da vida), a própria noção de eternidade, quando a esta associada, revela-se problemática. Uma juventude eterna é a vida, a um só tempo, como saúde e risco, como plenitude e colapso.”